quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobre "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry

O Pequeno Príncipe no asteróide B612 | © Antoine de Saint-Exupéry
     Outro livro que eu gostaria de comentar aqui é o "Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, que é uma das obras mais conhecidas do mundo. Mas o que a torna tão conhecida? Esta pergunta pode ser respondida através do fascínio causado pelos acontecimentos vividos pelo personagem, e que estes são contados como uma narração infantil comum, cheia de fantasias, porém os momentos vivenciados pelo Pequeno Príncipe em sua viagem são metafóricos, ou seja, estes momentos não são somente passagens, 'aventuras' do personagem, eles têm uma interpretação ligada a vivenciação humana.
     Estas interpretações são encontradas em diversos momentos no decorrer da história, eu gostaria de ressaltar aqui alguns deles, os quais são tão famosos quanto o livro e outro que achei admirável.
© Antoine de saint-Exupéry
       Existe um momento no livro em que a personagem assiste ao por-do-sol diversas vezes e afirma que é bom fazê-lo quando "se está muito triste."(pág. 27) Achei este ponto interessante, devido ao fato de sugerir ao leitor as perguntas: 'você assiste ao por-do-sol?', 'por que o faz ou não?', 'o que sente/sentiria ao vê-lo?'

© Antoine de Saint-Exupéry
     A parte mais conhecida do livro é o momento que a raposa aparece e ela ensina ao Pequeno Príncipe o que ela chama de "criar laços", ou seja, mostra a ele como se cativa, como se adquirir amigos e como as pessoas se tornam importantes e insubstituíveis a partir do momento em que existe a amizade. Aqui está presente - o que já havia citado antes - a interpretação ligada à vivência humana, sendo demonstrada através de um conto infantil. Esta interpretação fica bem clara ao ler a fala da raposa:
"Tu não és ainda para mim senão um garoto igual a cem mil outros garotos. E e não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." (pág. 68)
© Antoine de Saint-Exupéry

        Em relação à rosa, tem-se a interpretação interessante a respeito de como o personagem se relaciona com ela. Visto que, ao chegar na Terra, encontra um aglomerado de rosas e sente-se desapontado, pois achava que tinha uma rosa única, que não existisse outra como ela. Porém, ele só irá entender que a rosa que ele possui é mesmo única, quando reconhece o que é o cativar, ensinado pela raposa, que cita duas partes importantes:
"É muito simples: só se vê com com o coração. O essencial é invisível aos olhos."
"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que a fez tão importante."(pág.72)
     Estas duas citações são importantes, a aplicação delas na vida é altamente relevante. Aqui aponta-se a questão da valorização da essência em detrimento da aparência, a valorização do conhecer as pessoas quanto caráter e personalidade. Logo, aponta-se uma crítica ao ato de julgar e ao preconceito. E quanto à segunda citação, implica-se dizer que todo o convívio que se tem com uma pessoa em especial é que remete a importância dela em nossa vida, a valorização da amizade como sentimento essencial para as vidas humanas.

Até a próxima postagem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Autumn Falling Leaves Tree Branch