quarta-feira, 20 de março de 2019

Encontrei um DJ chamado Avicii


     Nesta postagem resolvi falar novamente sobre o que andei ouvindo nos últimos meses. E, em Novembro do ano passado, eu encontrei o Avicii. Apesar de ter sido um pouco tarde, mas encontrei. Ouvir música eletrônica nunca foi algo que fizesse parte do meu cotidiano por muito tempo, sendo assim, no final do ano passado tentei experimentar outros estilos musicais e assim cheguei na Eletronic Dance Music (EDM) a partir de playlists automáticas do Spotify que, apesar de ouvir várias músicas em sequência, passei a gostar de algumas poucas. E dentre essas músicas, tiveram aquelas que ouvi apenas uma vez e eu gostei tanto que elegi os DJs para ouvir um pouco mais, ou seja, ouvir os álbuns, EPs e afins. Em meio a estas pessoas, teve um em especial que gostei e me identifiquei tanto com as músicas e, também, com ele. Foi assim que eu encontrei o Avicii.


Sobre o Avicii

Tim em 2013
     Avicii foi um jovem DJ sueco cujo nome real era Tim Bergling. Começou sua carreira na música muito jovem em meados de 2008/2009 e teve seu primeiro hit Le7els (YouTube | Spotify | Deezer) em 2011 e, posteriormente, em seu primeiro álbum de estúdio True lançado em 2013 alcançou fama mundial com os dois hits: Wake Me Up (YouTube | Spotify | Deezer) e Hey Brother (YouTube | Spotify | Deezer). Avicii era comumente associado aos estilos musicais Eletronic Dance Music (EDM), House Progressivo e Folktrônica. Além de utilizar os sintetizadores, sabia tocar outros instrumentos, como piano e violão, e era conhecido por compor melodias sem ter nenhum tipo de formação musical. Sua discografia conta com 3 álbuns de estúdio, vários EPs e singles, e também participações na produção e remixes de faixas de diversos outros artistas, como em A Sky Full Of Stars (YouTube | Spotify | Deezer) do Coldplay, faixa que produziu em conjunto com a banda, além de tocar o piano e também fora responsável pela inserção dos sintetizadores. Infelizmente, mês que vem completará um ano de sua partida: Tim teve morte por suicídio em Abril do ano passado. :(
   
"Stories", seu último álbum de estúdio
lançado em 2015
     Apesar dos hits lançados e conhecidos mundialmente, eu nunca havia escutado nenhuma música do Avicii todo este tempo. Sendo assim, a forma como o encontrei fora diferenciada da grande maioria que já o conhecia. A primeira música que eu escutei e gostei após apenas ouvir uma vez fora uma menos conhecida chamada Fade Into Darkness (YouTube | Spotify | Deezer), após esta, pude ouvir a outra faixa intitulada Without You [ft. Sandro Cavazza] (YouTubeSpotify | Deezer), e por serem da mesma pessoa, decidi aqui ouvir Avicii como havia ouvido o Keane e outras bandas anteriormente. E foi assim que em pouco tempo eu comecei a gostar bastante das músicas, principalmente de suas últimas produções que tem um estilo bem diferente do início de sua carreira. Além do fato de ter piano repetidas vezes nas faixas, algo que particularmente gosto bastante e que é bastante presente no seu álbum Stories e, por conta disso, se tornou um dos meus favoritos.
      Eu criei um vínculo muito forte com as músicas do Stories por conta principalmente do conteúdo que é muito sentimental, seja de forma mais alegre ou deprimida. O que acho mais interessante em ouvir as músicas do Avicii é na diversidade melódica presente e que vai se modificando conforme ouvimos suas faixas cronologicamente. Como percebo que a expressão artística traz muito do que é subjetivo, quando mudamos nossas criações mudam também e acho fantástico poder visualizar isso em forma de música e acredito que isso é bem perceptível na discografia do Avicii.

Comentários breves sobre Avicii: True Stories

Tim em 2017
     Não tem como não falar do Avicii sem mencionar os diversos conflitos que tinha durante a carreira, shows e até os diversos problemas de saúde que foram surgindo no percurso em ser um dos DJs mais famosos do mundo. Apesar de aparentar estar relativamente bem e não expor tanto de si mesmo, Tim tinha vários "conflitos na vida", algo que ao meu ver era exposto de alguma forma nas suas produções musicais, sejam nas letras ou até nas próprias melodias. Em seu documentário Avicii: True Stories é possível observar diversos desses conflitos e problemas que estavam envolvidos com sua carreira, apesar de não ter um conteúdo explicitamente sentimental podemos perceber em sua fala, expressões e comportamentos seus sentimentos de tristeza, felicidade, angústia e em grande parte sua ansiedade, algo que se tornou presente cada vez mais em sua vida.
     Uma das coisas mais interessantes deste documentário é a demonstração do processo criativo do Tim: a forma como produzia suas músicas. Ele as projetava e depois executava, dizendo até como as pessoas devem tocar ou cantar. Suas composições musicais eram fundamentadas na confiança que tinha em seu próprio julgamento sobre as melodias, o que fez com que revolucionasse a música eletrônica ao inserir instrumentos de cordas e sintetizadores, além de ser capaz de fazer mescla de gêneros musicais, de modo a criar gêneros híbridos. Tim tinha duas características marcantes: a valorização que ele atribuía a cada nota musical, e também, sua postura dedicada e perfeccionista diante do seu trabalho. De fato todo esse processo é fantástico, é uma coisa bastante incomum embora eu entenda uma coisa ou duas sobre música. Devido a isso Tim era considerado um gênio pelas pessoas de seu meio.
      A última coisa que eu queria dizer é o quanto ele evidencia a diferença entre o "Avicii" e o "Tim", parece até um pouco absurdo pois são a mesma pessoa. No entanto, para ele eram coisas totalmente diferentes e chegou a afirmar que a imagem que as pessoas tinham do "Avicii" não era a mesma do "Tim", que era tímido, introvertido e que não gostava de ser o centro das atenções. Características estas que com o tempo foram de encontro a sua própria carreira e estilo de vida, de forma que Tim não gostava de estar nos holofotes.
       Para quem tiver interesse sobre o Avicii: True Stories tem uma análise bem reflexiva e interessante publicada no jornal The Guardian que também menciona alguns comentários do diretor do documentário, fora publicada em Dezembro de 2018 sob o título "It will kill me - Behind the devasting Avicii Documentary".
       Para encerrar, concluo e afirmo que o Avicii ou Tim Bergling se tornou em pouco tempo uma das pessoas que mais gosto e cujas produções me tocam tão profundamente e de uma forma que ainda não tinha visto antes, principalmente pelas letras e também pelas músicas instrumentais que, não sei dizer como, me trazem muitos sentimentos diferenciados. Desenvolvi um apego grande não tão somente às suas músicas, mas também a pessoa que ele foi e o quanto nós dois somos muito parecidos em diversos aspectos. Eu sinto muitíssimo pela sua partida e por tê-lo encontrado depois...
     Por fim, como de costume, compartilho ao final uma das músicas que mais gosto:




Até a próxima postagem!

Referências e Imagens
Genius.com
Avicii: True Stories. Documentário. 1h37min. BBC, 2017.

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