sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sobre o livro "Assassin's Creed: A Cruzada Secreta", de Oliver Bowden



     Prometi esta postagem há um tempo, no entanto, somente agora tive tempo para escrever sobre as impressões que tive dele, além do mais me comprometi com outros livros e resolvi logo adiantar este post para não esquecer as partes importantes que eu gostaria de comentar. 
     Para início de conversa, o Assassin's Creed chegou até mim devido à sua fama. Ele possui uma fama considerável enquanto franquia de jogos, tanto é que os livros são baseados nas histórias presentes nos jogos. No entanto, eu infelizmente não pude jogar nenhum dos jogos para poder fazer uma comparação mais extensa. Apesar disso pude me contentar em comentar a narrativa da história, o que considerei muito interessante.
    Os jogos sempre tiveram um enredo como plano de fundo, de uns anos para cá, os enredos ficaram mais complexos e elaborados. Ao meu ver, não há um "jogar por jogar", você pode estar imerso numa história longa que apresenta coesão e sentido. No caso de Assassin's Creed, cada história conta uma parte de uma história bem maior.
Eis aqui o meu!
     Levei muito tempo para terminar este livro, seguir a história dele me custou bastante por conta de tempo principalmente, estive em situação similar a de O Silmarillion. Porém, com muita calma, eu consegui, afinal a história precisa de uma dedicação, senão a gente acaba se perdendo e esquecendo de partes importantes do enredo.

Enredo e Contexto
     Neste livro conta a história do Assassino Altaïr Inb-La'Ahad e sua trajetória na Ordem dos Assassinos, para ser mais exata está situada nos primeiros séculos do período histórico. Como eu não tive contato com nenhum dos jogos, entender sobre o que seria a Ordem dos Assassinos foi um tanto complicada... Pelo que pude entender, os Assassinos são organização guiada pelo Credo que buscam a paz por meio de assassinatos políticos e estratégicos. No caso de Altaïr, podemos podemos perceber isto claramente. Sem falar que durante a história percebemos que a Ordem dos Assassinos possui um conflito com a Ordem dos Templários devido a busca pela posse das Relíquias, as quais não possuem uma explicação aprofundada no livro, especificamente nesta história.

Limite entre ficção e realidade
     Esta história possui como contexto as Cruzadas que ocorreram no Oriente, este é o ponto crucial da história presente em Assassin's Creed! O paralelo entre ficção e realidade ocorre no ponto em que a história e inserida num conflito histórico real, principalmente envolvendo os Templários. Segundo o que eu pesquisei e estudei, os Templários eram uma organização militar fundada na Primeira Cruzada, com o propósito de proteger os cristãos que migravam para a Terra Santa. Durante a narrativa, podemos ver que Altaïr presenciou a Terceira Cruzada, ou Cruzada dos Reis, na qual se encontra o Rei Ricardo da Inglaterra, figura histórica.
    É um pouco complicado analisar esta ligação entre ficção e realidade, principalmente porque é necessário ter um conhecimento base para poder inserir a ficção. No caso da história de Altaïr, eu tive um pouco de dificuldade, principalmente por não lembrar mais como se deu a história das Cruzadas na Idade Média. Sem falar que na história de Assassin's Creed, os Templários se desvinculam de seu dever inicial e passam a buscar as Relíquias (Peças do Éden) com o propósito de criar um "novo mundo". Este um fato puramente ficcional, lógico, se bem que na narrativa histórica, há um período em que os Templários se desvincularam de seu propósito inicial devido a admissão de pessoas que não estavam ligadas ao clero e também devido às derrotas sofridas contra o povo islâmico.

Altaïr  Inb-La'Ahad
     Quanto ao personagem principal, não tenho muito a falar sobre. No começo da história eu tive um certo repúdio quanto à personalidade de Altaïr, ele era muito arrogante e ao mesmo se mostrava inconsequente. No decorrer na história, ele comete erros e é punido pelo seu Mestre, e aí eu pude perceber a mudança do mogo de agir e refletir do personagem principal. O interessante é que ele se mostra confiante em sua habilidades por ter crescido dentro da Ordem (Masyaf) e ter uma posição privilegiada como Mestre Assassino, isto aos poucos é desconstruído e ele passa a apresentar modos de agir mais refletidos. E desde então, posso dizer que a raiva que eu tinha dele foi se transformando em admiração, não sei explicar exatamente como, acho que se deu principalmente por ele questionar durante a história inteira, questiona as ordens que recebe e inclusive o próprio Credo (tópico a seguir).
     Após ler outras resenhas sobre este livro de Assassin's Creed, percebi que os leitores e também jogadores não simpatizam muito com o personagem Altaïr, penso que devido ao fato de ele ter uma posição de arrogância e também por apresentar certa frieza. Eu acho que, para quem cresceu como Assassino, Altaïr não vivenciou experiências mais familiares e de afeto, como eu pude perceber no personagem Ezio (leitura em andamento).

Altaïr e o Credo Assassino
     O Credo Assassino, que rege as ações dos integrantes da Ordem, está presente em todo o livro, e é por várias vezes explicitado pelo Mestre de Altaïr, Al Mualim. E bem, segundo o que percebi, o Credo é supervalorizado e colocado acima de qualquer coisa e ele é basicamente:
Trabalhamos nas trevas para servir à luz, nós somos os Assassinos.
Nada é verdade, tudo é permitido.
     E que possui três dogmas:
1. Manter a Lâmina longe dos inocentes
2. Deixar que as pessoas à sua volta te escondam
3. Não comprometer a Irmandade
    Além de guiar o comportamento dos integrantes da Ordem, deixa claro no livro que o Credo também impulsiona o questionamento, como se nada estivesse passível de certeza absoluta. No caso de Altaïr, eu percebo que o próprio personagem passa a ser um sujeito questionador e ele questiona as próprias ordens que recebe, como também, questiona o próprio Credo. Eu achei isso demais interessante, até porque o pensamento dele possui sentido, é coeso. Em algumas passagens do livro, o Altaïr questiona e afirma que o próprio Credo é contraditório, ou seja, o Credo leva ao questionamento, porém ele mesmo não pode ser questionado. Isto realmente faz muito sentido para mim, até me fez questionar que precisamos de parâmetros, regras, e seria possível vivermos com relativa ordem sem eles? E a ordem da reflexão e da criticidade é o que me faz admirar o personagem, o que para mim foi um elemento crucial na sua construção.

Minha Conclusão

     Para finalizar esta postagem declaro que: gostei muito deste livro. Apesar dele se narrado de uma maneira que me pareceu rápida e com pouca preocupação em descrever a personalidade das personagens e suas características físicas, a narrativa apresenta uma construção admirável, principalmente quanto ao desenrolar da história e sua associação com a realidade. Com o pouco de experiência que tive em escrever, eu sei o quanto contextualizar e associar uma história à um determinado fato histórico dá um enorme trabalho, exige muito de quem escreve, trata-se de um cuidado minucioso, principalmente quanto aos detalhes do cenário e às falas das personagens. O autor da séries de livros Assassin's Creed não é exposto, aparece apenas com um pseudônimo (Oliver Bowden) no final dos livros (encontrei informações a respeito dele aqui).
     A última coisa que eu gostaria de ressaltar é quanto ao final da história. Eu considerei que houve um fechamento muito bom, apesar de todas as tragédias que ocorrem no final e até mesmo no meio da narrativa. Afinal, histórias possuem tragédias, principalmente as que envolvem conflitos. Penso que o final, com Altaïr guiando e reerguendo a Ordem, trata-se de acontecimentos relacionados à honra e por isto me pareceu um final compatível com a narrativa que se seguia.
  


Até a próxima postagem!

Referências
Assassin's Creed: A Cruzada Secreta. 3ª Edição, 2012.
Wikipédia - Ordem dos Cavaleiros Templários
Wikia - A Ordem dos Assassinos
Imagens
Fanpop
Wikia - AC

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