quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O álbum "Liberman" de Vanessa Carlton



     Lançado em Novembro do ano passado, Liberman é o quinto álbum da cantora e compositora Vanessa Carlton. Lançado 4 anos depois de seu último CD Rabbits On The Run, Liberman traz a consumação do estilo indie/folk já previamente apresentado no álbum anterior no qual temos incluída nas composições a valorização de outros instrumentos (como o violão, por exemplo) além do piano que já tradicionalmente faz parte do estilo pessoal da cantora. Conhecida mundialmente pelo sucesso de 2002,  A Thousand Miles, Vanessa apresenta em seu novo álbum um rompimento com o estilo pop que a fez famosa. O percurso de seu primeiro CD até este último nos mostra uma grande diferença no conteúdo das músicas, um "amadurecimento" tal como ela mesma definiu em seu site oficial.

Antecedentes de Liberman

Young Heart EP


     Esse "mini álbum" foi lançado em abril de 2015 para divulgar o novo estilo que viria no álbum de estúdio oficial por meio da faixa nova: Young Heart. Segundo a cantora, a nova música representava bem como seriam suas futuras composições. Vanessa o deixou disponível para ouvir e baixar de graça no site NoiseTrade (link aqui), o EP inclui algumas faixas do álbum anterior Rabbits On The Run, as que mais se aproximam do estilo indie na minha opinião.

Blue Pool EP


   O segundo "mini álbum" lançado poucos meses antes do álbum de estúdio oficial apresentou faixas exclusivas que trouxeram alguns elementos novos nas músicas de Vanessa. Dentre eles a mixagem presente nas faixas Take It Easy e Blue Pool, a qual trouxe uma nova forma e estilo para o solo de piano - elemento frequente nas composições da cantora. Apesar do lançamento prévio no EP, as faixas estão oficialmente presentes no novo álbum Liberman.
     O Blue Pool EP pode ser conferido na playlist do canal oficial do YouTube da Vanessa Carlton aqui.

Willows (Lyric Video)

    Lançado em Agosto de 2015 no YouTube, o vídeo da nova música Willows - também inclusa em Liberman - veio com o objetivo de divulgar o novo trabalho da cantora e também trazer notícias sobre o lançamento do novo álbum.

O álbum


     Lançado em 23 de Outubro de 2015, Liberman, em português, "Libertador" é uma referência a um pintura de mesmo nome feita pelo avô de Vanessa Carlton cuja aparição se dá no trailer oficial de lançamento do álbum. Liberman é composto por 10 faixas na versão comum e 16 na versão deluxe, nesta última as faixas bonus são melodias gravadas no estilo de voz e piano, sem instrumentos adicionais. Segue a lista das músicas abaixo:
1. Take It Easy
2. Willows
3. House of Seven Swords
4. Operator
5. Blue Pool
6. Nothing Where Something Used To Be
7. Matter of Time
8. Unlock the Lock
9. River
10. Ascencion
11. Blue Pool (Living Room Session)
12. River (Living Room Session)
13. Take It Easy (Living Room Session)
14. Willows (Living Room Session)
15. House of Seven Swords (Demo)
16. Operator (Living Room Session)
17. Unlock The Lock (Living Room Session)
18. Nothing Where Something Used To Be (Living Room Session)

     No dia 21 de Outubro deste ano, quase um ano depois do lançamento de Liberman, foi lançada a versão ao vivo do próprio álbum no site oficial da cantora e está disponível para download e compra aqui.

Single
Operator

     Operator fora composta por Vanessa e seu marido John, também músico. A tradução para o português é um pouco complicada, mas segundo o sentido que Vanessa atribuiu a sua canção, podemos entender como "manipulador". Segundo ela, a música trata de uma situação na qual uma mulher mais velha tenta convencer um homem mais jovem a fazer o que ela diz, manipulado-o em benefício próprio. Um tema novo, porém se aproxima de composições anteriores que cujo tema envolve lidar com situações difíceis e complexas, mais presentes em Rabbits On The Run e Harmonium. Quanto a melodia, ela é bem diferente das presentes nos álbuns anteriores, segundo alguns fãs, os efeitos sonoros e mixes representam o papel de seu produtor Stevie Osbourne, que também produziu seu álbum anterior. Sua influência portanto não ocorrer somente em Operator mas em todo o Liberman.
     Além de Operator, Vanessa lançou em seu canal oficial do YouTube os vídeos para Blue Pool e seus outros dois singles: House of Seven Swords e Nothing Where Something Used To Be (Remix). Este último fora lançado depois do álbum e está disponível apenas para download aqui e aqui.


Onde ouvir e baixar
Liberman também fora disponibilizado em CD, no Brasil fora lançado pela gravadora indie LAB 344 no qual está disponível para download e compra.

A vida de Vanessa e Liberman


     Na página do seu site oficial, Vanessa apresenta algumas declarações sobre a produção do álbum relacionando-o com o percurso de toda a sua carreira como cantora e compositora. A respeito de Liberman, ela diz:
"Toda a mensagem do álbum é a expressão de muitas filosofias sobre a minha vida, paz, dor e felicidade nos últimos 10 anos. Eu queria que este álbum [record] não fosse [de caráter] muito pessoal para mim, mas uma expressão destas ideias. Uma performance não é apenas sobre o artista [performer], de forma alguma [at all]; é sobre a conexão entre a audiência e o artista. Você está no seu estágio mais vulnerável e você escreve sons que são uma expressão de si mesmo. Isto é como uma performance funciona. Isto é como um album funciona. Liberman foi especial porque nele é desse jeito [it does that]. Eu espero que o show também seja."
     O lançamento de Liberman foi adiado em 2015 devido a gravidez inesperada de sua filha Sid, apesar disso Liberman não envolve nenhuma música relacionado com maternidade ou temas afins por ter sido produzido alguns meses antes.
     Sobre o começo de sua carreira cheia de sucesso e o percurso até Liberman, ela declara:
"Martin Scorcese disse 'às vezes seu grande desafio não é o seu fracasso  mas o seu sucesso'. De alguma forma eu fui capaz de persistir depois de ter um sucesso fora do padrão [out of gate] e descobrir um caminho que [eu sinto como] realmente puro para mim. Mas eu tive que criar esse ambiente onde eu [me] senti confortável mudando. Quando eu estava no começo fazendo gravações eu era muito jovem e queria agradar a todos. Mas agora eu me sinto [sort of feel] mais velha [ancient] e eu amo isso e eu quero apenas fazer arte para o bem dela mesma [for its own sake]. Se eu cair de cara ou não, eu pelo menos fiz isso. Tudo que eu fiz e tudo que eu sou está nessas músicas."
    Em uma entrevista à Magnet Magazine, Vanessa fala a respeito de ser mundialmente conhecida pela música A Thousand Miles de 2002:
"Se  você está em uma estranha posição de ter uma música que todo mundo conhece e que você escreveu quando tinha 16 anos mas agora você é uma mulher de 35 anos e isto soa como se você fez nada no passado, então eu tenho duas dicas. Primeiro: Para não se sentir presa na percepção que todo mundo tem sobre você e não na sua façanha e crescimento como artista, é importante agir como se você nunca teve um hit. Esqueça que isso aconteceu [Forget that it never happened]. Proceda com o seu processo criativo sem obrigação com o seu passado. Segundo: se você está um uma performance e percebe que tem uma multidão na qual 90% dos fãs são aqueles interessados em seu material novo e 10% são aquelas pessoas que estão no show por razões nostálgicas e/ou não ligam para nada exceto aquela única música que eles conhecem, então toque o seu hit primeiro. Se ninguém for embora, então você foi sucedido e pacificamente separou os homens dos garotos."
      Para finalizar, sobre apropriação de sua produção musical e a mudança do seu estilo que hoje nada tem a ver com o pop do começo de sua carreira, ela diz:
"E para ser sincera, me rendeu dois álbuns depois daquela primeira exposição louca de cultura pop para [eu me] voltar para questões como: 'Quem eu sou? Qual é o meu objetivo? Como eu faço uma gravação que eu quero ouvir? O tipo de música que eu gosto? Então, como eu paro de agradar as outras pessoas?' Então, eu sou um fracasso atrasado [late bloomer]. Isto me custou até os 30 anos [it took me to age 30], mas tanto faz - antes tarde do que nunca [better late than never]"
Minhas impressões

     Confesso que demorei bastante para escrever esta postagem apesar de ter ouvido Liberman desde seu lançamento no ano passado, porém agora que tive um pouco mais de tempo, pude escrever e ler todo tipo de informação sobre ele. Como eu disse na postagem passada de 2011 sobre o Rabbits On The Run, eu escuto as músicas de Vanessa Carlton desde o começo de sua carreira, então eu acompanhei de perto a mudança nas composições de cada um dos álbuns.
     Sobre Liberman, confesso que não me trouxe muitas supresas pois já esperava que o estilo indie (até onde eu entendo o que seja indie) já estivesse 100% presente neste álbum desde o breve início desde estilo com o seu álbum passado. O interessante para mim é que os temas presentes nas músicas de Vanessa não mudaram, ela ainda traz em suas músicas referências a relacionamentos, esperança, desilusão, felicidade com coisas pequenas e também menção a determinados sentimentos em situação específica, muitas vezes ilustrada com descrições de lugares. Em Liberman já se dá de uma forma diferente dos demais álbuns, principalmente pelo tom de maturidade expressado nas letras. Tais aspectos podem ser claramente observados principalmente nas faixas House of Seven Swords, Blue Pool, Nothing Where Something Used To be e Matter of Time.
      A inserção de mixes e elementos similares nas canções deixou o álbum com uma cara nova na minha opinião, o piano ganhou um aspecto sonoro interessante, creio que esta seja a novidade e a surpresa do álbum. Com relação a mudança no estilo, eu entendo e acho extremamente coerente que isto tenha acontecido, afinal para mim é bem lógico que o modo de compor e lidar com suas próprias experiências venham a mudar conforme vamos ficando mais velhos. Sendo assim, eu percebo que Vanessa refletiu isto muito bem na faixa Take It Easy, na qual a letra nos passa uma ideia de lidar com as situações e experiências de modo mais maduro. 
      Por fim, eu gostei muito desde álbum, principalmente as faixas bônus gravadas apenas à voz e piano, são excelentes. Dentre todas as músicas que mais gosto são River, House of Seven Swords, Willows, Blue Pool, Nothing Where Something Used To Be e Unlock The Lock.


Até a próxima postagem!

Referências e imagens
PopCrush.com

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